REFLITA!
André Lyra
Numa aldeia vietnamita, um orfanato dirigido por um grupo de missionários foi atingido por um bombardeio. Várias crianças tiveram morte instantânea. As demais ficaram muito feridas, entre elas, uma menina de oito anos, em estado grave.
Ela precisava de sangue, urgentemente. Com um teste rápido descobriram seu tipo sangüíneo, mas, infelizmente, ninguém na equipe médica era compatível.
Chamaram os moradores da aldeia e, com a ajuda de uma intérprete, lhes explicaram o que estava acontecendo. A maioria não podia doar sangue, devido ao seu estado de saúde. Após testar o tipo sangüíneo dos poucos candidatos que restaram, constataram que somente um menino estava em condições de socorrê-la.
Deitaram-no numa cama ao lado da menina e espetaram-lhe uma agulha na veia. Ele se mantinha quietinho e com o olhar fixo no teto, enquanto seu sangue era coletado. Passado alguns momentos, ele deixou escapar um soluço e tapou o rosto com a mão que estava livre. O médico pediu para a intérprete perguntou a ele se estava doendo. Ele disse que não.
Mas não demorou muito, soluçou de novo e lágrimas correram por seu rostinho.
O médico ficou preocupado e pediu para a intérprete lhe perguntar o que estava acontecendo. A enfermeira conversou suavemente com ele e explicou para o médico porque ele estava chorando:
- Ele pensou que ia morrer. Não tinha entendido direito o que você disse e estava achando que ia ter que doar todo o seu sangue para a menina não morrer.
O médico se aproximou dele e com a ajuda da intérprete perguntou:
- Mas se era assim, porque então você se ofereceu para doar seu sangue?
- Porque ela é minha amiga.
André Lyra
Uma adolescente fugiu de casa para viver "sua" liberdade, mas logo caiu na realidade da vida. Sem dinheiro para se manter e sem coragem de voltar para casa, acabou por entrar no mundo da prostituição.
Os anos se passaram, mas, apesar da saudade dos pais, ela nunca mais tentou qualquer contato com eles.
Seus pais sempre a procuraram, em vão, porém, desde a morte do seu pai (que ela nem ficou sabendo), sua mãe intensificou as buscas, deixando um cartaz de "Procura-se" em qualquer lugar onde lhe permitissem.
Neste cartaz a mãe havia colocado sua própria foto, escrito embaixo: "Eu ainda amo você. Volte para casa".
Os meses se passaram sem qualquer notícia, até que um dia, numa fila de sopa para pessoas carentes, a moça viu a foto da sua mãe, que apesar de ter envelhecido bastante, ainda conservava o mesmo olhar que ela guardava em suas lembranças.
Não pode conter a emoção e, naquele dia mesmo, voltou para casa. Era tarde da noite quando chegou. Tímida, ela se aproximou da porta. Ia bater, mas ela se abriu sozinha.
Entrou assustada, apavorada com a idéia de que algum ladrão tivesse invadido a casa e "sabe lá Deus o quê" poderia ter feito.
Correu para o quarto e viu sua mãe dormindo. Acordou-a. Ambas choraram muito. Abraçaram-se. Reconciliaram-se.
Lembrando-se da porta aberta, a moça disse:
- Puxa, mãe, levei um susto tão grande quando cheguei.
- Por que, minha filha?
- É que a porta da frente estava aberta e eu pensei que algum ladrão tivesse invadido a casa. Você precisa tomar mais cuidado, mãe. Não pode mais esquecer a porta aberta.
- Não meu amor, você não está entendendo. Eu não esqueci a porta aberta. Desde o dia em que você foi embora, esta porta nunca mais foi fechada.
André Lyra
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Até que um dia, no meio das suas orações e das suas reclamações, Deus apareceu na sua frente e perguntou:
- Por que você reclama tanto da vida ?
E Amauri, assustado, mas confiante, disse:
- Sabe meu Deus, com todo respeito, eu não agüento mais esta cruz, ela é muito pesada para mim.
Deus disse:
- Apesar de reclamar muito da vida, você tem sido um bom homem. Então vou deixar que você escolha a cruz que deseja carregar...
Amauri ficou muito feliz e se ajoelhou na frente de Deus. Porém, Deus o mandou levantar e o levou até uma sala. Ao entrar, Amauri percebeu que ali existiam grandes cruzes. Deus falou que ele olhasse bem e escolhesse uma cruz para carregar pelo resto de seus dias.
Amauri ficou olhando para cada tipo de cruz que existia naquela sala, desde uma gigantesca até uma bem pequenina no canto da sala. Se achando muito esperto agarrou uma cruz bem pequenina e gritou para Deus:
- Pronto, já escolhi ! Eu quero esta pequenina aqui !
Deus olhou para a cruz escolhida e, em seguida, indicou que Amauri olhasse atrás da cruz e lesse em voz alta o nome que estava gravado nela. Amauri, assim fez e teve uma grande surpresa: o nome que gravado era justamente o seu...
O QUE APRENDEMOS:
Todos temos problemas, dificuldades, uma cruz para carregar, como se costuma dizer.
Mas o peso da nossa cruz, depende de como reagimos:
Se escolhemos só reclamar, a cruz ficará realmente muito pesada. Mas se vamos à luta, com fé e vontade de vencer, a cruz fica leve, fácil de ser carregada.
Por isso, pare de reclamar e lembre-se: Deus te deu a cruz exatamente do tamanho que você pode carregar!!!