terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

A RAIVA...

É inegável que a raiva tem algo de atraente. O motivo disso é que ela nos tira da sensação congelada de desamparo e impotência e nos deixa fervendo. A raiva nos dá a ilusão de importância. Nosso “precioso” ego se sente ferido e tudo gira em torno dele, principalmente quando achamos que ele está sendo ameaçado ou ignorado. A raiva torna-se o manto protetor do inseguro, do egocêntrico. E quando você reage com críticas, com palavras ásperas você está atacando o ego da outra pessoa, iniciando um círculo de ódio. Ainda que a raiva nos cause certa dose de desconforto ela também faz com que nos sintamos poderosos. E é aí que está o seu apelo. Deprimidos nos sentimos impotentes e insignificantes; enraivecidos nos tornamos uma espécie de anjo vingador, botando fogo pelas narinas, sem sentir medo ou tristeza. Entretanto, enraivecer-se traz muitos poucos benefícios. As consequências da raiva costumam ser bem mais dolorosas do que as suas causas. Assim, ao invés de resolver um problema, você estará criando outros. Então, meu querido amigo, não se apegue à sua raiva. Um breve período de alívio poderá lhe trazer sérias consequências. Disse um mestre zen que: “pode deixar que os pensamentos lhe visitem a mente – só não os convide a ficar para o chá”. Podemos fazer o mesmo com a raiva. Podemos deixá-la vir e ir embora, sem criar um ambiente propício à sua permanência.


André Lyra

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