O ex-ator Guilherme de Pádua, condenado pelo assassinato de Daniella Perez, em 1992, disse que beijaria os pés da mãe da vítima, Glória Perez, e deixaria que ela batesse nele se tivesse a oportunidade de um encontro. Ele deu uma entrevista à revista "Viver Brasil", com circulação em Minas Gerais. "Já sonhei com esse momento. Acho que beijaria os pés dela, deixaria ela me bater. Eu ia ter para dizer para ela que o mesmo Jesus que consegue salvar um criminoso e fazer a vida dele ter sentido, é o mesmo que faz uma mãe que perdeu a filha fazer coisas maravilhosas", disse Pádua, acrescentando que "o mundo precisa de perdão". Acontece que pedir desculpas está na moda. Religiosos, políticos, artistas, esportistas, enfim celebridades pedem desculpas depois de cometerem atos prejudiciais, voluntários e deliberados. Os VIP's lançaram moda e, os maus sem status aderiram. Ladrõezinhos pés-de-de chinelo, assassinos que nada tem para ostentar além de sua maldade, também entraram nessa onda de perdão. A palavra “amor” há muito foi banalizada e desvirtuada. Agora está na vez da palavra “perdão”, dita com os lábios, vinda do cérebro e não do coração. Desculpas para livrar a própria cara, tirar o seu da reta e zerar suas contas não valem nada. São um insulto às vítimas e à inteligência da sociedade. A bem da verdade, tenho dúvidas em incluir Guilherme de Pádua no rol dos simplesmente cínicos mas, não hesito em colocá-lo na categoria especial de cínico oportunista, uma vez que sua atual mulher está lançando um livro sobre ele.
Viva o marketing da maldade!
André Lyra
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