segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A VIDA


A vida não é justa. Nem é injusta. A vida simplesmente é. Ninguém se acha merecedor de graves sofrimentos. Coisas terríveis acontecem a pessoas boas e corretas. A vida para certos idosos é longa demais, lhes parece mais uma maldição do que uma bênção. Os melhores entre nós adoecem, sofrem e morrem. Crianças inocentes desenvolvem doenças fatais. Jovens perdem a vida em acidentes estúpidos. Bebês vêm ao mundo deformados.

Sabemos que os infortúnios se abatem tanto quanto sobre os inocentes quanto os culpados; que crianças são vitimadas em desastres naturais, que pessoas morrem antes do que seria sua suposta hora, enquanto que gente da pior espécie prospera.

Sabemos que coisas más simplesmente acontecem e aceitá-las é uma grande sabedoria.

Diante de um evento infeliz já acontecido e, por conseguinte imutável, de nada adianta ficar ruminando o que poderia ter sido diferente, muito menos sobre o que poderia ter alterado o rumo deste acontecimento, pois isso aumenta desnecessariamente a dor até um ponto quase insuportável, e faz da pessoa um carrasco de si mesmo.

A felicidade, e portanto a serenidade, são tão somente uma tomada de consciência, um bem-estar proporcionado pela aceitação das coisas tal como acontecem. Você só poderá ter uma possibilidade de serenidade se não desejar que nada tenha sido diferente no passado ou o seja no presente. O primeiro passo da serenidade começa com essa aceitação.

André Lyra

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