ENVELHECER E AMADURECER

No primeiro dia de aula, o professor se apresentou à turma e fez o seguinte desafio: todos os alunos teriam que se apresentar a alguém que ainda não conhecia.

José Luiz, um jovem de 20 anos, se levantou, para localizar na sala alguém que ainda não conhecia, quando de repente, sentiu uma mão tocando seu ombro. Se virou e viu uma senhora, uma vovó, baixinha e muito simpática que tinha um sorriso encantador, que lhe disse: - Oi, bonitão. Meu nome é Rosa. Eu tenho 87 anos. Posso te dar um abraço? E, José Luiz, surpreso, respondeu: - É claro que pode! A vovó então, deu um grande abraço em José Luiz, que curioso, perguntou em tom de brincadeira: - Mas, me fala, por que você, tão “criança”, já está fazendo faculdade? Dona Rosa, aceitando a brincadeira, respondeu brincalhona: - Ah, estou aqui para encontrar um marido rico, casar, ter um casal de filhos, e depois me aposentar. E, José Luiz falou: - Está brincando! ... mas falando sério, dona Rosa, o que uma senhora de 87 anos está fazendo aqui, numa turma de jovens em busca de um curso superior? E, então, dona Rosa explicou: - Ah, eu sempre sonhei em ter um estudo universitário, e agora estou tendo um. Depois da aula, José Luiz e dona Rosa foram fazer um lanche e até dividiram um milk shake de chocolate. E acabaram se tornando bons amigos. O tempo passava e José Luiz ficava cada vez mais encantado por dona Rosa poder compartilhar sua experiência e sabedoria com ele. Dona Rosa se tornou a mais querida de toda a universidade, já que fazia amigos com muita facilidade. Um dia, durante uma festa na universidade, dona Rosa, que tinha sido convidada a fazer um pequeno discurso, pegou o microfone para começar a falar. Mas, o texto que tinha preparado caiu no chão. Nervosa, e sem condições de se abaixar para pegar as folhas, dona Rosa, num misto de nervosismo e brincadeira, falou: - Desculpem-me, estou tão nervosa! Parei de beber por causa da quaresma, mas o uísque está me matando! Eu nunca conseguirei colocar meus papéis em ordem de novo... então, me deixem apenas falar para vocês sobre aquilo que eu sei. Claro que dona Rosa estava brincando, e, por isso, todos os jovens riram do que ela disse. Enquanto isso, ela ganhava tempo para poder falar de maneira segura, firme, para aquela gente jovem. Dona Rosa, então, limpou a garganta e começou a falar. Desta vez o assunto era sério, verdadeiro. Ela começou: - Deste assunto que vou falar, sei muito...estou com 87 anos, sou uma idosa e faço um curso universitário como todos sabem. Algumas pessoas até com bem menos idade, desistem de seus sonhos e até de viver. Mas eu não. Acho que não paramos de amar porque ficamos velhos. Nos tornamos velhos porque paramos de amar. Existem alguns segredos para continuarmos jovens, felizes e com sucesso... Todos os jovens ouviam atentos. E dona Rosa continuou: - ... você precisa rir e encontrar humor em cada dia, e precisa ter um sonho. Existe uma grande diferença entre ficar velho e crescer. Se você tem 19 anos de idade e fica deitado o dia inteiro sem fazer nada de produtivo, você ficará com 20 anos. Se eu tenho 87 anos e fico na cama por um ano e não faço nada, ficarei com 88 anos. Qualquer um consegue ficar mais velho. Isso não exige talento nem habilidade. A idéia é crescer sempre, encontrando a oportunidade de mudar. Os jovens não perdiam nada do que dona Rosa falava, queriam saber mais. E, então, para surpresa de todos, aquela sábia senhora terminou seu discurso cantando uma música que falava de uma rosa. Depois, desafiou cada um daqueles jovens a estudar poesia e viver a poesia no seu dia-a-dia. O tempo passou. Todos se formaram. Um ano após sua formatura, dona Rosa faleceu. Praticamente todos os estudantes daquela Universidade foram ao seu funeral, como forma de tributo por dona Rosa ter ensinado a eles, por meio de seu exemplo, que nunca é tarde para ser tudo aquilo que a gente tem possibilidade de ser.

O QUE APRENDEMOS: Ficar velho, é obrigatório; crescer, é opcional! Como disse dona Rosa, “não paramos de viver por que ficamos velhos...não paramos de amar porque ficamos velhos...”


PENSE NISSO!

André Lyra