domingo, 10 de junho de 2012

PAGANINI


Era uma vez um grande violinista chamado PAGANINI. Alguns diziam que ele
era muito estranho. Outros, que era sobrenatural. As notas mágicas
que saiam de seu violino tinham um som diferente, por isso ninguém
queria perder a oportunidade de ver seu espetáculo.

Numa
certa noite, o palco de um auditório repleto de admiradores estava
preparado para recebê-lo. A orquestra entrou e foi aplaudida. O
maestro foi ovacionado. Mas quando a figura de Paganini surgiu, triunfante,
o público delirou. Paganini coloca seu violino no ombro e o que se
assiste a seguir é indescritível. Breves e semibreves, fusas
e semifusas, colcheias e semicolcheias parecem ter asas e voar com o toque
daqueles dedos encantados.

DE REPENTE, um som estranho
interrompe o devaneio da platéia. Uma das cordas do violino de
Paganini arrebenta. O maestro parou. A orquestra parou. O público
parou. Mas Paganini não parou. Olhando para sua partitura, ele
continua a tirar sons deliciosos de um violino com problemas. O maestro e a
orquestra, empolgados, voltam a tocar.

Mal o público se
acalmou quando, DE REPENTE, um outro som perturbador derruba a
atenção dos assistentes. Uma outra corda do violino de
Paganini se rompe. O maestro parou de novo. A orquestra parou de novo
Paganini não parou. Como se nada tivesse acontecido, ele esqueceu as
dificuldades e avançou tirando sons do impossível. O maestro
e a orquestra, impressionados
voltam a tocar.

Mas o
público não poderia imaginar o que iria acontecer a seguir.
Todas as pessoas, pasmas, gritaram OOHHH! Que ecoou pela abobadilha daquele
auditório. Uma terceira corda do violino de Paganini se quebra. O
maestro pára. A orquestra pára. A respiração do
público pára. Mas Paganini não pára. Como se
fosse um contorcionista musical, ele tira todos os sons da única
corda que sobrara daquele violino destruído. Nenhuma nota foi
esquecida. O maestro empolgado se anima. A orquestra se motiva. O
público parte do silêncio para a euforia, da inércia
para o delírio. Paganini atinge a glória.

Seu nome
corre através do tempo. Ele não é apenas um violinista
genial. É o símbolo do profissional que continua diante do
impossível.
 
Eu não sei o tipo de problemas
que você está tendo. Pode ser um problema pessoal, conjugal,
familiar, sei lá o quê é que está afetando sua
estima ou seu desempenho profissional. Mas uma coisa eu sei. Nem tudo
está perdido. Ainda existe uma corda e é tocando nela que
você exercerá seu talento. Tocando nela é que
você irá vibrar. Aprenda a aceitar que a vida sempre lhe
deixará uma última corda.
Quando você estiver
desanimado, nunca desista. Ainda existirá a corda da
persistência inteligente, do "tentar mais uma vez", do dar um passo a
mais com um enfoque novo.

Desperte o Paganini que existe dentro
de você e avance para vencer. Vitória é a arte de
você continuar, onde os outros resolvem parar. Quando tudo parece
ruir, dê uma chance a você mesmo e vá em frente. Toque
na corda da motivação e tire sons de resultados positivos.
Mas antes pergunte: quem motiva o motivador? Isto é: quem motiva seu
cérebro, que motiva sua mão, que toca seu violino ?
Não se frustre, não se desespere, lembre-se: ainda existe a
última corda: a do aprender de novo para deslumbrar e gerar
soluções.
Nunca a vida lhe quebrará todas as
cordas. Se os resultados estão mal, é a sua oportunidade de
tocar a última corda, a da imaginação que reinventa o
futuro com inovação contínua. É sempre a corda
esquecida que lhe dará o maior resultado.


André Lyra

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